Quando vim morar na Holanda, em outubro de 2013, o máximo que eu sabia fazer na cozinha era arroz de micro-ondas e brigadeirão (também de micro-ondas). Não por falta de tentativas da minha mãe de me ensinar a cozinhar, mas acho que mais por comodismo mesmo, já que ela fazia todos os dias comidinhas maravilhosas para a gente e eu preferia fazer outras coisas no tempo livre que me restava.
Mas quando me mudei para cá, me vi num país estranho e com uma cultura totalmente diferente da nossa, incluindo a parte da alimentação. Ao fato de que por aqui não se almoça – come-se um pão e vida que segue – eu até que me adaptei bem. Afinal, cozinhar e sujar louça só uma vez ao dia dá bem menos trabalho do que duas. Mas não consegui me adaptar à falta de variedade nas nossas refeições, causada pela minha falta de criatividade.
Procurando então por receitas novas, comecei a assistir a vários vídeos e a seguir vários canais de culinária no Youtube. Isso me dava muita vontade de também colocar a mão na massa – literalmente. Aliás, o próprio ato de assistir aos vídeos se tornou um hobby e um vício para mim. Assisto todos os dias. E lembrei até que esse gosto por programas de culinária vem de muito tempo: eu amava assistir a “Cozinha Maravilhosa da Ofélia” com a minha mãe quando era criança. Sim, sou velhona. hahaha
Pensando em outros pequenos fatores que vêm me fazendo tomar gosto pela cozinha, cheguei à seguinte lista – não em ordem de importância:
- Ter aprendido a descascar e picar alho e cebola. Mais uma vez, não que a minha mãe não tenha tentado me ensinar, mas a técnica dela é para ninjas, com muitos anos de cozinha e que não tem medo de faca. Então quando parei de gastar meia hora (mesmo!) só para picar uma cebola e descascar um alho, minha vida mudou. Passei a gostar (!!) de fazer isso e a fazer muito mais rápido. Esses foram os vídeos que me salvaram: Como cortar cebola e Como descascar e cortar alho.
- Ter comprado uma faca de chef. Não tem muito o que explicar. Só porque acho legal mesmo. E mais fácil. Aí dá vontade de cozinhar para usá-la.
- Facilidade de achar e comprar ingredientes. É muito bom pegar uma receita nova, dar uma olhada na lista dos ingredientes e saber que posso encontrar todos eles ou quase todos a alguns passos (ou pedaladas) de casa. O meu supermercado preferido por aqui é o Albert Heijn, que tem uma variedade enorme de produtos (bons!) e está em todo canto da Holanda. Fora as feiras semanais e lojinhas de produtos de cozinha que também me deixam doida.
- Temperos organizados. Percebi que depois que arrumei todos os meus temperinhos numa parte do armário bem acessível, só para eles, passei a ter mais gosto por cozinhar. E o que eu expliquei no item acima, também me levou a formar uma verdadeira coleção de sais, ervinhas e pimentas que eu adoro ir experimentando cada vez que cozinho.
- Ottolenghi – Em um desses vídeos de receitas do Youtube, a apresentadora estava fazendo um prato do livro Plenty, que ela citou como sendo “a bíblia dos vegetarianos”. Não sou vegetariana, mas como muitos legumes e folhas e gosto muito. Só não gosto de comê-los sempre do mesmo jeito. Foi então que comprei o livro e o super chef Yotam Ottolenghi me tirou da mesmice. Autor de Plenty e de outros quatro livros de culinária, dono de cinco disputados restaurantes em Londres e colunista do The Guardian, Ottolenghi consegue transformar os vegetais em verdadeiros pratos principais, lindos e cheios de sabor, como alguns que eu já tive a sorte de fazer e provar. Inspirador. Sempre que possível vai ter receita dele aqui no blog.
- Família – Também muito me inspiram as cozinheiras maravilhosas que tenho na minha família. Minhas avós Laurita e Nininha, que até hoje cozinham delícias para a família inteira em dias de festa, minha mãezinha, que faz a melhor comida do mundo, tia Vera com sua farofa dos deuses, tia Lena com seus deliciosos bolos e salgadinhos, minha dinda Laurita com suas sopinhas maravilhosas, minha prima-chef Jê com seus risotos e quitutes, tia Jane e suas tortas lindas, tia Gizelda com seu pastel inesquecível e até minha irmã Rosane com o melhor petit gateau que eu já comi. Sei que tem outras tias, primas – e talvez até tios e primos – que também fazem suas delícias, mas essas foram e são a base da minha memória gastronômica e da minha atual paixão pela cozinha.
Ps. Prometo que os próximos posts vão ser mais curtos. Mas obrigada por terem lido e bem vindos ao Diário de Prato! :)
Ah, e para saber mais detalhes sobre o que eu vou escrever por aqui, é só dar uma olhada na página Sobre o blog. Beijos!
Até fiquei com vontade de comprar uma faca de chef. E simplesmente adorei a técnica de passar as pontas dos dedos em uma superfície de aço inox. E a ” Cozinha Maravilhosa de Ofélia” né, velhinha? kkkkkkk Estou curiosa pela “Cozinha Maravilhosa da Bia”.
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Ofélia é rainha!!! ;) Cozinha da Bia não chega aos pés… kkkk
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Biinhaaaaaa,
Que blog lindoooooo!!! Parabéns!
Estou doida para ver e copiar as suas receitinhas. E obrigada por ter me citado elogiando minhas sopinhas. rs
Vamos que vamos!!
Sucesso pra vc.
Bjs
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Obrigada, linda!!!!! E só citei as sopinhas para não ficar muito longo o texto, mas tem muito mais no seu repertório! ;) Bjssss!
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“Melhor cozinha do mundo”???? coisas de filha.!!! Mas de qualquer maneira obrigada. vc é linda. bjs
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Não é nada coisa de filha! É a mais pura verdade! rsrs. Bjs, linda!!! <3
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Que legal, também nunca fui fã de cozinha, mas a partir do momento que você se vê casada, alguém tem que cozinhar ou os 2 vão comer só fast foods e morrer em alguns anos com todas as veias entupidas de gordura. rsrsrsrs. Adorei a dica desse livro, vou procurar também. Parabéns pelo blog. Ótimo trabalho. Beijos :-D
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Hahaha! É isso mesmo. Você me entendeu direitinho… Caso de vida ou morte. rsrsrs. Então achei melhor cozinhar e acabei gostando mais do que eu esperava. :) Beijos!!!
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Hahaha Yeahhhh. Maravilha. :-D :-D :-D
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